Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2004

Life is a game

A vida é muito simples de se viver.

É só fingir...
que as pessoas são boas,
que são racionais,
que são verdadeiras,
que se importam contigo.

É só aceitar...
que o mundo é justo,
que não há indiferença,
que não há preconceito,
que não há hipocresia.

É só sorrir...
pra quem você não gosta,
pra quem não gosta de você,
pra quem te faz mal,
pra quem não sorri pra você.

É só mentir...
que está tudo bem,
que você é feliz,
que a vida é bela,
que você não mente.

É um jogo que você tem que jogar.

Bad Religion! Bad Religion! Bad Religion!

Esperava por esse momento desde 1995 e ele aconteceu ontem à noite. É uma daquelas coisas que fazem parte da listinha "Coisas que eu preciso para morrer Feliz".

No encarte do cd "Tested" de 1996 a banda fala que seus shows são curiosos, pois em algumas cidades eles tocam em estádios com mais de 40 mil pessoas e em outras eles tocam em teatros ou lugares que se parecem com a garagem da casa da "Mamãe Graffin". Nesse encarte eles dizem que preferem tocar em lugares pequenos porque fazem o público se sentir mais "parte" do show. E foi isso que aconteceu ontem, a simpatia da banda é íncrível, o Greg Graffin falou bastante com o público, comentou sobre as músicas e ainda detonou o presidente Bush. E como era de se esperar, não faltou a homenagem aos Ramones.

Quem conhece a banda e seus ideais não tem dúvida de que é a maior banda do verdadeiro punk de todos os tempos.

Longa vida ao verdadeiro espírito PUNK!

"So do what you must, do all you can,
Break all the fucking rules and
Go to Hell with Superman and
Die like a champion, yeah hey!"

Rain rain, go away

Pedacinho da música "Rain King" do Couting Crows:

A Bm D E
And I am the Rain King (verse)
E D A Bm A
And I said mama, mama, mama, why am I so alone?
D A
I can't go outside
Bm A
I'm scared I might not make it home
D A
I'm alive, I'm alive
Bm A
But I'm sinking in
D A
If there's anyone at home at your place, darling
Bm A
Why don't you invite me in?
Bm G
Don't try to bleed me
Bm G
I've been there before
D E
And I deserve a little more

Offspring e memórias punk roqueiras


Foi só uma horinha de show, mas foi o que eu esperava desde os tempos do colégio, quando comecei ouvir Green Day, Offspring, Millencolin, Pennywise, Bad Religion e Rancid.

Lembro que nessa época de colégio eu perdi um cd do Rancid numa aposta com um colega meu, ele disse que o Silverchair era da Austrália e eu apostei que era de Seattle, pois eu lembrava (achava) que tinha ouvido isso na MTV. Sometimes my mind plays tricks on me...
Tão soberbas à noite
Seduzem com o olhar
Atraem todas as atenções
E disfarçam com indiferença
Como deusas entre os mortais

Tadinhas, tão descartáveis
Nem meu opala tem tanta massa
Se chover viram uma meleca só
E não restaria nada
Só o eco do túnti túnti
No vazio de seus poronguinhos

Dá peninha de ouví-las quando abrem as boquinhas
Aturá-las é um sacrifício quase sobre-humano
Que pelo belo par de pernas
Acabamos por fazer

Homem é tudo babaca mesmo.

Infelizes Constatações

Não se fazem mais carros como antigamente.
Não se criam mais boas HQs como antigamente.
Não se faz mais música como antigamente.
Não se vê mais corridas como antigamente.
Não se joga mais futebol como antigamente.
Não existem mais "ladies" como antigamente.
Nasci na época errada.

www.fora.com



[Ele] foi e clicou na janelinha.

[Ele] says: Oieee!

[Ela] says: Oi.

"[Ela] may not reply because his or her status is set to Busy."
"[Ele] will not reply because his status is set to I'm a dumb ass."

Um Dia Te Encontro

Antigas fotos espalhadas na mesa
Sobre elas, um porta-retrato
Nele, apenas a sombra de uma bela garota

Sensação estranha...
Sempre teve alguém especial ali

Mas Ela insiste em se esconder
Inventa desculpas pra não mostrar seu rosto
E sempre desaparece no meio da multidão

Tudo bem, afinal, quem está com pressa?

Meu ídolo, imortal

Quando eu ficar velho quero ler esse texto que está logo abaixo e me lembrar dos primeiros anos da minha vida, dá época que automobilismo tinha graça, da época que eu ria e chorava com aqueles pegas incríveis e com a mágica que Senna fazia com os carros que pilotava. Depois que ele se foi eu nunca mais vi televisão. De vez em qnd tento assistir uma corrida mas não consigo ficar mais de 5 minutos olhando aquilo.
Segue o texto:

Estava na minha sala no autódromo quando o celular tocou. Era o chefe.

"Tudo bem aí?"

“Tudo, chefe, o que manda?"

“Seguinte, preciso ver algumas coisas aí. Preciso dar uma olhada porque o belga (Roland Bruynseraede, o Charlie Whiting da época) vai chiar, vai ter que mexer no Berger e no Mergulho"

“Você vem com o Esquilo e vamos dar uma volta com a Onça"

Onça era um Opalão quatro cilindros, preto, quatro portas. Um coitado. Ele estava caindo de podre e graças ao querido amigo Paulo Taliba consegui pegar o carro para o autódromo num rolo inacreditável entre departamentos. E acredite se quiser: o chefe se divertia muito guiando a Onça. Uma vez, duas ou três semanas antes do GP do Brasil de 1994, ele me ligou e disse: “Vou aí dar uma repassada nas obras, faz o shakedown do Onça”.

O shakedown era colocar 42 libras nos pneus dianteiros e 39 nos traseiros (aliás, as únicas coisas novas do carro, presente dos bons amigos da Pirelli, quatro radiais 185 nos trinques), além de checar o arame da porta dianteira direita para ver se estava firme sem ataques de ferrugem.

Ele ria muito e nos divertíamos, principalmente quando eu, para dar um tempero, imitava o locutor da TV e narrava as voltas contra um imaginário piloto de pequena estatura e nariz enorme, docemente apelidado de "Narizinho". E um grande urso inglês chamado “Roaaarrr”, com suas luvas uma de cada cor, vermelha na mão direitae azul na mão esquerda. Um canhão, rapidíssimo. Daqueles tipos que você acabava até gostando. A gozação em cima de "Roaarr" é que demorava um pouco para cair a ficha dele.

Deixei a Onça pronta, mas aquele dia seria especial. Ele chegou por volta das 17h20, com uma Perua Audi S2. X-tudo. Turbo, cinco cilindros, jogada no chão, aquelas rodas absurdas. Aquele barulho metálico ardido de motor bravo (as BMWs também têm esse barulho característico de isca, pega).

Sentei no lado direito, passei o cinto e já cutuquei: “Isso aqui anda ou é para ir à missa?”

“Por quê?”

“Nada, só estou perguntando”

Entramos pelo portão de cima mesmo e viramos à direita, rumo ao "S" com o nome dele. No começo da descida, paramos. Ele ficou olhando para a brita. Não perdi a viagem: “Está lembrando do esparramo que o teu parceiro made in USA (Andrettinho) fez na largada do GP desse ano, aqui?”

“Isso acontece”, desconversou.

Na saída da segunda perna, ele contou: “Aqui foi a primeira vez que a luz de pressão de óleo acendeu no final do GP do Brasil. Eu vi de relance e fiquei imaginando se não tinha sido impressão. Me preparei para olhar na outra volta e a tensão aumentou porque eu estava controlando o Damon e o alemão que vinham atrás. Eu estava muito ligado neles porque o Damon usava aquele carro de outro planeta e o alemão tinha aqueles cavalinhos a mais que o meu motor, por estar usando uma série à frente”. Perguntei seco: “Não tem jeito de mexer neste contrato da Benetton com a Ford?”. A resposta foi meio desanimadora: “O Ron está tentando, mas não vai ser fácil, o Flavio (Briatore) está marcando em cima".

Foi a deixa para matar a curiosidade: “Além da distribuição pneumática, tem mais alguma coisa na usina, não tem?”, perguntei. A confirmação veio, como sempre, discreta: “É, tem algumas coisinhas”. Emendei para não perder o momento: “Quantos cavalinhos o motor do alemão tem a mais tem a mais que o teu?”

Ele, como sempre modesto, respondeu: “Um pouco”.

Cheguei junto, agora é a hora: “Um pouco quanto? Uns 90 hp?”. Estava difícil tirar informação do homem. “Não, menos”, falou. Resolvi forçar mais um pouco, já perto do limite: “70? Fala aí!”. Ele manteve a guarda alta: "Não sei".

Agora vou cutucar para tirar o cidadão do sério e arriscar o meu pescoço: "Senhoras e senhores, estamos entrevistando um piloto de F1 que não sabe quantos cavalos tem o seu motor, é espantoso!”

Foi o tempo de encolher o pescoço e levantar os ombros.

O que veio a seguir foi em três idiomas: português, inglês e, sou capaz de jurar que alguma coisa em japonês: “Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii (censurado) ficou p piiiiiiiiii da vida.
Senti que poderia ser o momento e mandei uma paralela: “Não apela, vou chutar 40 a 45 burritos a mais”. Silêncio, deu até para ouvir um pouquinho do CD do Phill Collins. Armou um bico e completou com um muxoxo: “Hummm, por aí”. [NOTA DO BOI: Essa eu quero dedicar aos Schumaquistas teenagers que falam merda sobre o motor do Senna em 93. Calem suas bocas e vão aprender sobre F-1.]

Precisei dar uma descontraída no ambiente: “Respeitável público, além de perder o lugar para o anão na Williams, ainda guia corrida a corrida com 40 cavalitos a menos no motor!”

A seguir, momentos de uma leve baixaria e muita risada. Quando estávamos no final da Descida do Lago, já apontado para a subida do Laranjinha, o chefe veio com mais uma: “Essa saída do Lago me preocupa, se der uma escapada em pêndulo, com chicotada ao contrário, vai bater feio, precisava dar um jeito de mexer aqui”. Rebati: “Já pedi para os engenheiros da Emurb darem uma olhada no que é que dá para fazer. Aqui tem um complicômetro, chefia: a confluência dos lagos. A única saída de emergência é colocar o guard-rail mais próximo da pista para não deixar ganhar velocidade na hora que esparramar. O problema, chefe, é a hora que der uma pregada bem caprichada do lado esquerdo. A lâmina vai devolver e o “elemento” vai cruzar a pista de volta para o lado direito. Precisa ver se não pega ninguém, nenhum anu errante no contrapé da biaba”. Ele me deu uma olhada, armou uma risada de canto de boca, e conferiu: “Elemento, anu errante, contrapé da biaba?"

Devolvi bem curta: ”Chefia, você entendeu, não estica”.

Quando chegamos ao cotovelo - ou Bico de Pato -, ele comentou: “Aqui acendeu de novo a luz da pressão e desta vez eu vi e envelheci. Só me faltava esta, estava no final da prova. Na África do Sul devia ter chovido 15 voltas antes, e aqui, essa?! Ainda bem que o motor, que já tinha dado umas amarradas nas voltas atrás do safety-car, aguentou, já estava uma barra e agora a FISA ainda me penalizando não sei até agora por que. Fiquei um tempão atrás do Erik (Comas, que foi o rei do ventilador no GP, pois arrumou time penalty para todo mundo) e, quando ele tirou o pé e me mandou passar, os caras me deram o pênalti”.

(N.R. Túnel do tempo, forward: Montoya, aquela punição na Malásia, tá vendo como é coisa antiga? Aposto que são os mesmo daquela época. Aliás, para mim esta turminha já vem daquele escândalo do Japão – Túnel do tempo rewind).

Subimos a Junção e, no final do Café, ele diminuiu. Levou a X-tudo para o lado direito, deu uma provocada para o lado esquerdo e chamou o freio de mão. Currupeio perfeito. Viramos 180º e já estávamos voltando para o Café, iniciando a descida para Junção. Pensei: acho que é agora, vou atiçar.

“Respeitável público, no espetáculo de hoje teremos Don Becon e sua peruazinha”, brinquei.

Peruazinha foi a palavra mágica. Cutuquei a fera com vara curtíssima.

“Você vai ver o que isso anda”.

Infernizei: "“É bom mesmo, porque os caras da BMW estiveram aqui na semana passada e eu executei uma M3. Achei que anda muito, por isso estou achando isso aqui meio lerdo”. Aí o homem pegou no breu: “Então vamos ver quanto vira nesta pista ao contrário, você tem idéia?”, perguntou. Pensei comigo..."Consegui incendiar a fera"...

Completei jogando mais um pouco de gasolina: “Não sei, mas vou abrir o relógio e navegar: Atenção, Siviero para Biasion, Junção à direita, freada forte e quarta, pé embaixo”.

A partir deste momento foi só pintura. Adrenalina pura, movimentos precisos, derrapagens controladas, controle absoluto, um conjunto de ordens e contra-ordens que a S4 obedecia docilmente, como que sabendo quem manda, quem é o dono. O carro não ia para onde queria, e sim para onde “ele” queria e colocava. O cheiro de borracha queimada já era forte dentro do habitáculo.

Começando a subir o Mergulho, mandei:“Pironnen para Kankkunen, direita de alta, quarta, pé embaixo”. Quando ia avisar do Bico de Pato, o cotovelo tinha chegado. O problema é que saímos meio atravessados para o lado contrário da curva que era para a esquerda (nós estávamos andando ao contrário). Nos últimos metros antes de passar do ponto e com um improviso espírita, ele “inventou” um pêndulo que, sinceramente, não sei onde ele foi buscar. Absurdo, já todo torto, ele deu uma provocadinha e a barata entrou na dele, ameaçou voltar, eu só ouvi ele dizer: “Te peguei!”. A partir daí foi mais ou menos assim. Na pequena balançada da direita para a esquerda, ele percebeu antes e pendurou nos alicates (ABS). O barulho lá embaixo na frente era característico: “Cram...Cram...Cram = Tradução: Não vai travar”.

Quando a frente ameaçou entrar, ou melhor, quando a traseira ameaçou soltar, eu só ouvi um “rrrrrrrrrrrrrrrriiiiiippp”. Freio de mão puxado, ni qui, travou o eixo lá atrás, foi-se a traseira. Quando ela foi, assinou a sentença de execução do carro. O torpedo como um todo começou a contornar, girando sobre um eixo imaginário bem no meio do carro, fazendo uma meia lua, até chegar perto da metade da entrada do Bico de Pato.

Não sei se vocês estão percebendo a magia da manobra. Até aí, ele só vinha trabalhando com forças atuantes, sistema de freio em sequências de derrapagens controladas. Naquela sucessão de manobras, ele já vinha com a mão direita selecionando uma marcha adequada para a saída. A curva que era para ter passado, não passou. Nós estávamos dentro dela, quase apontados para a saída, com a marcha ideal selecionada e a plataforma motriz em stand-by esperando a vez dela. Chegou. Lembro que bati os olhos no velocímetro estávamos entre 95 e 105 km/h. Aquele era o ponto. O pé direito dele foi junto com o meu berro: “Dá-lhe gás!”. Naquele momento eu relembrei a ira dos deuses enfurecidos e a brutal potência da usina turbocomprimida da casa de Ingolstadt. Absurdo, absurdo, eu não conseguia definir se era castigo do céu ou coice de mula: com as costas coladas no banco, via a S4 seguir uma trajetória muito bem definida a caminho do Pinheirinho.

Sem deixar cair a peteca, emendei: “Kivimavi para Allen, terceira marcha cravado sem tirar o pé”.

Mas sempre tem um mas. Quando ele apontou puxando para a direita, o foguete empurrou um pouquinho à frente, ameaçando alargar a trajetória. Junto com a tentativa de reação, ele imediatamente telegrafou o acelerador, fazendo a traseira escorregar e ficar mais ou menos a uns 15º apontada para o lado de dentro da curva. Era tudo o que ele queria para chamar potência no acelerador. Fizemos o Pinheirinho e o "S" (antigo) em dois pêndulos. Quando chegamos perto da zebra saindo do "S" e a caminho do Laranjinha (só relembrando que estamos andando ao contrário na pista), comentei: “Nossa o que é no chão esse torpedo! O que fala essa usina e uma estupidez!”. Ele completou “Você vai ver nas de alta”. Ao ouvir aquilo fiz uma reflexão: “Senhor, vou testemunhar a verdade, vou conhecer de perto o toque divino de um dos eleitos”.

O motor urrando, o turbo descarregando, a velocidade crescendo, o Laranjinha, a Subida do Lago velocíssima com freada forte para a segunda perna na entrada da reta a caminho do Berger.

Todo o Berger à direita (nós estamos andando ao contrário). O pêndulo veloz direita esquerda para subir o "S" dele. E mais, a encardida chegada da Junção morro abaixo, quinta a pleno. Não teria como descrever para vocês, não encontraria palavras. São sensações que você sente quando por exemplo entra num Louvre e descobre nomes como Leonardo da Vinci, Raffaello Sanzio, Michelangelo Merisi, Rembrandt Harmensz. Ou quando ouve Antonio Vivaldi, Franz Schubert, Wolfgang Amadeus Mozart, Ludwig von Beethoven, Johann Sebastian Bach ou mesmo uma "Rhapsody in Blue", de Gershwin.

Quando você percebe que está com alguém que faz parte desta lista dos “eleitos”, como os citados acima, você se sente especial. Você vive um pequeno momento especial, que você vai levar para o resto da sua vida sem esquecer um detalhe.

Poesia ou não, sempre tive a impressão que Deus manda uns caras aqui na Terra para mostrar como ele faz as coisas. Mas, Edgard, não dá para contar? Desculpe, não dá. Eu não tenho como descrever reações, comportamentos, atitudes, antecipações, acima de 200 km/h. Você simplesmente fica olhando sem querer perder nada. É isso.

Não dá para contar, é uma coisa sua, como foi de Gagarin, Carpenter, Armstrong e Buz Aldrin. Como você quer ver tudo e não perder nada, alguma coisa você registra. O resto, você absorve. Acho que demos umas oito voltas, depois da terceira virou rotina, conversamos, demos risada, eu xinguei a FISA (para variar)...O cheiro de borracha queimada não parou, nem diminuiu, nós é que acostumamos com ele. Lá pela sexta volta perguntei sobre Donington a resposta você já sabe. A “peruazinha” S2, um demônio, serve até para ir à feira, mas não leva desaforo para casa. Aquele motor não tem cavalos, tem bufalos enlouquecidos que, quando provocados, fazem desabar uma tormenta.

Perto do portão de saída, falei: “Me deixa aqui, vou andando até a minha sala. Falou, até mais, chefia”. Preocupado, me pediu: “Qualquer coisa, me liga. Se chegar algum pedido da FISA, me passa por fax”.

Para não perder o costume, provoquei na saída: “Fica frio. Da próxima vez, vem com um A8, tá bom?”.

Ele deu uma gargalhada e se perdeu no transito da Teotônio Vilela.

Fico imaginando que, para quem pudesse andar com Jim Clark, Ronnie Peterson, Gilles Villeneuve, Jackie Stewart, Nelson Piquet e Michael Schumacher, a sensação deveria ser a mesma. Só sei que, lá pelas tantas em casa, já na madrugada, olhei para o relógio e vi que o cronômetro ainda estava funcionando. Eu tinha esquecido de parar aquela volta que fiquei de marcar. Naquele momento, 1h30 da manhã, descobri que oito horas atrás eu tinha vivido uma aventura que ficaria na minha lembrança para o resto dos meus dias. Simplesmente ela se juntava a outras como o meu primeiro DKW de corrida, a minha primeira vitória com o Opala, A vitória nos 1000 Km de Brasília, a vitória nas 12 de Goiânia, a vitória no Troféu José Carlos Pace em Brasília, meu primeiro Campeonato Brasileiro de D3, o segundo, meu primeiro vôo num PA18, (todo mundo chamava de teco-teco). Lembranças, memorys, coisas que você não esquece mais.

Não sei se isso ajudou, mas por essa e outras experiências eu não tive nenhuma dúvida em ir para a frente das câmeras da TV Manchete naquele maio maldito e ficar berrando, durante oito ou nove horas, que podiam esconder todas as fitas que quisessem, mas ele não tinha errado [NOTA DO BOI: Eu assisti e realmente ele berrava e xingava como nunca tinha visto antes na TV]. Alguma coisa tinha quebrado ou acontecido. Está bem, não discuto, tinha chegado a hora dele, ninguém foge dos desígnios de Deus. Mas ele foi de pé, como um grande campeão. Reduziu três marchas e freou. Quer mais consciência do que isso de uma situação de emergência?

Os números podem falar o que for, pouco me importa. Eu sou feito de emoção. Nasci, vivi e vou morrer assim. A vida sem adrenalina simplesmente não tem graça. Jamais vou separar a emoção do coração. Por isso, onde você estiver – Acelera, Ayrton. Acelera, campeão.

Tele-Murrinha II

- Alô, boooom diiiiiaaaaaaaaa!
- Bom dia.
- Sr. Mááááicooou?
- Não, Micaéu.
- Micaéu, aqui é do Seguro Ouuuro do Banco do Brasil e quero lhe informar que o Sr. foi COMTEMPLADO COM INFORMAÇÕES sobre os seguros de automóveis do Seguro Ouro do Banco do Brasil!
- Ô, que "sorte" a minha...
- Pois é Sr. Máicou, eu gostaria de confirmar a marca do seu automóvel.
- Chevrolet.
- "Che-vro-let", sim, estou atualizando seu cadastro, só mais 1 minutinho... pronto. Qual o modelo e ano do seu carro Sr. Micaéu?
- Opala. 1972. Estou muito interessado no Seguro Ouro do BB...
- Ahm... Sr., confirmando, seu veículo éééémm... um opala setenta-e-dois?
- Isso, rebaixado, com suspensão de stock car, motor V8 preparado pra competição, e...
(interrompido bruscamente)
- Senhor, agradeço seu interesse, as suas informações foram atualizadas e o Sr. pode entrar em contato novamente (?!) qnd o senhor desejar fazer um Seguro Ouro para seu veículo. Um bom dia. (tu, tu, tu, tu...)

Sim, as duas no mesmo dia...

Tele-Murrinha I

- Alô, boooom diiiiiaaaaaaaaa!
- Bom dia.
- Sr. Máicou?
- Não, Micaéu.
- Micaéu, aqui é do curso de inglês Sevenáp. O Sr. respondeu um questionário ano passado, lembra?
- Ah sim, vc é aquela loirinha com um decote que ia no umbigo?!
- Ã... não Sr., aquela é outra menina.
- Que pena...
- Pois é, estamos entrando em contato novamente para saber se agora o Sr. gostaria de fazer algum dos nossos cursos.
- Vc usa decotes no umbigo?
- Não Sr...
- Então não quero não.
- Ahmm... não?! Ahh, pq não Sr. Micaéu?
- Paixão, olha só, eu não tenho tempo e se tivesse eu aproveitaria pra dormir um pouco...
- Ahm... e se eu resolvesse o seu problema de tempo?
- Olha, se vc conseguir fazer um boquete na metade do tempo q minha namorada faz, bom, aí realmente vc começa a resolver meu problema de tempo.
- (silêncio)

Opalão Preto

Depois de 9 meses na oficina ele finalmente volta ao lar, agora vestido de preto.

Mas a saga continua, arrecém acabou a fase da chapeação e pintura, ou seja, apenas lataria. Ainda falta a mecânica, interior e detalhes externos.

E eu achando que não ia demorar mais que 3 meses pra fazer tudo... já se passou quase 1 ano... 

Lonesome Day

Encontrei-me assim, sozinho
Cabeça baixa, gestos lentos...
Eis que Destino surge por entre as sombras
E pergunta-me o que me aflinge
Sem saber o que responder apenas olho em seus olhos
São profundos como um oceano
E vejo apenas um caminho longo e escuro
Nesse instante Destino vai embora
Ele parece satisfeito
O motivo de seu silêncio eu sei
Mas o que ele viu nos meus olhos?

Preaching The End Of The World - Chris Cornell

Hello, I know there's someone out there who can understand
And who's feeling the same way as me
I'm twenty-four and I've got everything to live for
But I know now that it wasn't meant to be
Cause all has been lost and all has been won
And there's nothing left for us to save
But now I know that I don't wanna be alone today
So if you find that you've been feeling just the same

Call me now it's alright
It's just the end of the world
You need a friend in the world
Cause you can't hide
So call and I'll get right back
If your intentions are pure
I'm seeking a friend for the end of the world

I've got a photograph I'll send it off today
And you will see that I am perfectly sane
Not for a lifetime or forever and a day
Cause we know now that just won't be the case
There will be no commitment and no confessions
And no little secrets to keep
No little children or houses with roses
Just the end of the world and me
Cause all has been gone and all has been done
And there's nothing left for us to say
But we could be together as they blow it all away
And we can share in every moment as it breaks

Call me now it's alright
It's just the end of the world
You need a friend in the world
Cause you can't hide
So call and I'll get right back
If your intentions are pure
I'm seeking a friend for the end of the world

Primeiro de janeiro de 2004

Imbé.
Duas da manhã.
4 mulheres num carro.
E eu.
Destino: The Front. Em Atlântida.
Duas horas pra chegar lá.
20 reais morreram na entrada.
Música chata a noite inteira.
Com um tal de Templo do Rock no outro lado da rua.
E nós no The Front...
O Cássio bebeu. Coca-Cola.
E dançou pagode (?!)
É melhor ele continuar com a banda de rock.
Grooveria e Tuts (acho q é isso) são muito ruins.
Catuípe e Banda até que é legal.
Só tinha Kayzer pra beber. E coca-cola.
Apesar de tudo foi show de bola.
Mas por causa das pessoas com quem eu estava.
O melhor da noite foi o Verdade e Consequência.
Larissa, Daniela, Cássio e Eu.
As 6 da manhã.
No frio.
Muitas revelações...