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Mostrando postagens de março, 2003

Férias - Ato I: Quem Pode, Pode.

Minha BMW. Em frente ao meu condomínio particular, numa das ilhas da família.

Saudades...

Costumo criticar bastante a F1 atual, mas dessa vez ficarei quieto, tô meio deprê hoje e afinal de contas, uma imagem vale mais do que mil palavras:

Foda-se - por Millôr Fernandes

O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?

O "foda-se!" aumenta minha auto estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.

"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "pra caralho"? "Pra caralho", tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?

No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!" O "Não, não e não!" e tampouco e nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não!" o substituem. O "Nem fodendo!" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.

Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um "é PHD porra nenhuma!" ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e mais recentemente o "prepone" - presidente de porra nenhuma.

Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou seu correlato "Pu-ta-que-o-pariu!!!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba. Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o- pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".
Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se!!!.

Ela...

...sabe!
Intranquilidade...
...fujo ou encaro a realidade?


Vovó fazendo compras:

Brinquedos Caros

Assim como 99,9% dos garotos, passei minha infância esperando ansiosamente completar 18 anos. Enquanto o tempo passava lentamente, conspirando contra minha ansiedade, eu ficava imaginando como seria o dia que eu teria a minha máquina. Dentre as brincadeiras de criança, gostávamos de disputar quem fazia o desenho de carro mais bonito. Pena não ter guardado aqueles desenhos, me desfazia deles logo em seguida pois eu desenhava muito mal. O meu favorito era o Opala, adorava desenhá-lo pois era grande com linhas suaves, limpas, imponentes. Lembro que meu pai teve uns 2 ou 3, mas um me marcou bastante, aquele que ele me deixou dirigir. Acho que eu devia ter uns 11 ou 12 anos quando guiei o comodoro verde em uma estrada de terra voltando da fazenda de um amigo. A primeira pisada no acelerador daquele "quatro e cem" me deu arrepios. Um dos maiores prazeres que um piá poderia ter tido com aquela idade...

"Tu ouviu o ronco???", nos perguntávamos eufóricos quando um carro passava na rua e não conseguíamos ver o que era. O que mais desejávamos era que alguém passasse acelerando um carro de 6 ou 8 cilindros. Aquele barulho era, e ainda é, música, e das boas, para meus ouvidos.

Com os mesmos 11 ou 12 anos de idade comecei a comprar aquelas revistas americanas: "Hot Rod Magazine", "Car Craft", "Rod and Custom". Então possuo muito da cultura "muscle car" norte americana. Tenho as revistas até hoje. Tempo passa, conceitos mudam, tendências vêm e vão. Durante isso presenciei coisas bizarras como a onda "xuning" que se alastrou depois dos "Velozes e Furiosos" e tudo isso só me fez ficar mais apaixonado pelos carros que gostava quando criança.

Apenas Imagine

"Se 90 bilhões de dólares na guerra contra o Iraque fosse convertida em 90 bilhões de dólares para ajudar o Iraque. Teríamos os mesmos resultados?"
Do "The Homeless Guy" (O Cara Sem Lar). Não li tudo, mas o cara ficou sem casa quando tinha 21 anos e vive assim até hoje, com 40 e poucos anos. É muito interessante e vale a pena ler: http://thehomelessguy.blogspot.com