Minha mãe tem nas artes plásticas o seu hobby preferido e inclusive dá aulas para deficientes auditivos numa escola estadual. Às vezes me surpreendo com os trabalhos de alguns deles, pois têm um talento nato. Fico pensando em quantas pessoas talentosas devem existir por aí que nunca tiveram uma chance de mostrar seu trabalho. Abaixo uma caricatura da minha mãe feita por um dos alunos dela:
Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
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