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Brinquedos Caros

Assim como 99,9% dos garotos, passei minha infância esperando ansiosamente completar 18 anos. Enquanto o tempo passava lentamente, conspirando contra minha ansiedade, eu ficava imaginando como seria o dia que eu teria a minha máquina. Dentre as brincadeiras de criança, gostávamos de disputar quem fazia o desenho de carro mais bonito. Pena não ter guardado aqueles desenhos, me desfazia deles logo em seguida pois eu desenhava muito mal. O meu favorito era o Opala, adorava desenhá-lo pois era grande com linhas suaves, limpas, imponentes. Lembro que meu pai teve uns 2 ou 3, mas um me marcou bastante, aquele que ele me deixou dirigir. Acho que eu devia ter uns 11 ou 12 anos quando guiei o comodoro verde em uma estrada de terra voltando da fazenda de um amigo. A primeira pisada no acelerador daquele "quatro e cem" me deu arrepios. Um dos maiores prazeres que um piá poderia ter tido com aquela idade...

"Tu ouviu o ronco???", nos perguntávamos eufóricos quando um carro passava na rua e não conseguíamos ver o que era. O que mais desejávamos era que alguém passasse acelerando um carro de 6 ou 8 cilindros. Aquele barulho era, e ainda é, música, e das boas, para meus ouvidos.

Com os mesmos 11 ou 12 anos de idade comecei a comprar aquelas revistas americanas: "Hot Rod Magazine", "Car Craft", "Rod and Custom". Então possuo muito da cultura "muscle car" norte americana. Tenho as revistas até hoje. Tempo passa, conceitos mudam, tendências vêm e vão. Durante isso presenciei coisas bizarras como a onda "xuning" que se alastrou depois dos "Velozes e Furiosos" e tudo isso só me fez ficar mais apaixonado pelos carros que gostava quando criança.

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Não entendo - por Clarice Lispector

Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

Algum dia...

Algum dia criarei um grupo que vagará pela noite com máscaras e roupas pretas. Vamos usar o opalão preto como Batmobile. Cada membro escolherá sua arma preferida. Eu já escolhi um fio dental, pra ter graça. Da marca Sorriso, pra ser irônico. Iremos atrás das pessoas que mais detestamos. Os primeiros da lista são professores da informática da PUCRS. Os segundos serão uns caras que falam com jeito estranho aqui na empresa. Os terceiros da lista serão os vizinhos. Mas só os vizinhos. As vizinhas são legais...